Hipocritas

  A hipocrisia do mundo, cada vez, me aborrece mais. Dá-se importância ao 11 de Setembro e agora ao 13 de Novembro, mas ignoram-se todos os atentados em África e no Médio Oriente. Fala-se agora dos sobreviventes de Paris, mas não se fala do herói, que em Beirute, se lançou sobre um dos bombistas, para salvar todas as outras pessoas.
  Faz-me questionar: nós abominamos o terrorismo ou abominamos que ele chegue perto de nós? Mas logo de seguida vem-me à memória a venda de armas, do qual grandes potências como os EUA e a Rússia se alimentam e consequentemente alimentam movimentos terroristas.
  Se nós é que fazemos a história e a escrevemos assim, porque vimos depois, hipocritamente, lamentar os mortos? E anunciar a nossa vontade de a mudar? Se realmente a quiséssemos mudar, nem iniciávamos um novo capítulo como o iniciámos.
  Não é dar os meios e esperar que não se atinjam os fins; não é espalhar o ódio e esperar que se retorne com amor; não é viver para o dinheiro e esperar que se viva pelos valores.
  Tudo começa e acaba em nós.
  Na maneira como iniciamos e terminamos o capítulo.
  Espero que pelo menos estes acontecimentos nos façam querer escrever de outra forma.