domingo, 19 de janeiro de 2014

Já sou espírito sem corpo



Uma palavra sem sentido
Um tiroteio de sentimentos
Um amor perdido
Uma rotura de ligamentos

O coração rasgou
Na ausência da solidão
A confusão regressou
Trazendo a escuridão 

Um cinzeiro cheio
Do que alimenta a alma
O cigarro fica a meio
Já não me acalma

Para mim já não existe copo
Engulo logo a garrafa
Já não existe corpo

Já tudo passa


Seremos felizes

A vida são curvas sublimes numa estrada com altos e baixos, numa calçada esburacada, maltratada com desprezo pelo antigo que a tudo temos de agradecer pelo novo. São meras fotografias espalhadas numa sala, sem dono, sem significado, que apenas têm vultos ou paisagens banais.
É a monotonia de acordar e adormecer todos os dias, e o único ponto de viragem, neste enredo monótono é quando adormecemos sem voltar a acordar, é a morte. Talvez soe um pouco sádico, talvez o seja até, mas a verdade é que não mo podem negar.
Tudo o que acontece neste mundo, será apenas memória no outro, o outro onde somos crianças libertas na alegria dos campos verdes e coloridos pelo pólen primaveril. Seremos almas sem corpo, leves e claras como a água cristalina de um riacho. Seremos imortalmente felizes, sem medo do amanhã e sem conflitos com o hoje, não teremos complexos porque jamais veremos imagem alguma do nosso ser refletida em qualquer superfície.

Seremos apenas nós, meros vagabundos solitariamente felizes, cantando músicas de embalar ao vento. Seremos felizes

domingo, 5 de janeiro de 2014